quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um viva às queridas bactérias!

Esse pequeno artigo é uma amostra de como a vida é adaptativa e pode ser comum no cosmos. Mais um viva às bactérias!

Os limites da vida

Bactérias encontradas debaixo de geleira vivem sem oxigênio e luz há mais de um milhão de anos

A existência de vida em épocas e locais hostis, como as eras glaciais, pode estar mais perto de ser compreendida. Uma equipe anglo-americana encontrou bactérias em uma reserva de água salgada debaixo de uma enorme geleira na Antártica. Os micróbios sobrevivem ali há cerca de 1,5 milhão de anos, sob temperaturas extremamente baixas e em um ambiente sem luz e oxigênio.
O lago salgado fica sob a geleira de Taylor, uma montanha de 400 metros de gelo localizada nos Vales Secos da Antártica, um dos lugares mais inóspitos do planeta. Devido a uma média de precipitação extremamente baixa, não há animais ou plantas na região. A partir da análise de uma amostra do líquido que compõe esse reservatório subglacial, os pesquisadores descobriram 17 espécies de bactérias. “É provável que existam bem mais”, afirma à CH On-line a bióloga Jill Mikucki, pesquisadora da Universidade Dartmouth (EUA) e autora principal do artigo que descreve a descoberta, publicado na Science desta semana. A amostra do lago salgado subglacial foi recolhida pela equipe de Mikucki no topo da geleira de Taylor, onde o líquido, de cor avermelhada, brota de forma intermitente. Contrariando as suposições anteriores de que essa coloração era resultado da presença de algas vermelhas, as análises do grupo constataram que a cor acobreada se deve à existência de óxido de ferro na água. Bactérias adaptadas Mas como seria possível existir vida em um ambiente tão hostil, sem oxigênio e luz? A pesquisa revela que as bactérias respiram por meio do metabolismo de ferro, enxofre e carbono. Não por acaso, foram encontradas na amostra do líquido do reservatório grandes quantidades de ferro e de sulfato (íon formado por átomos de enxofre e oxigênio). “Embora haja outros seres que utilizam o ferro e o sulfato na respiração, o modo como essas bactérias usam tais elementos é único”, comenta Mikucki, que era pesquisadora da Universidade Harvard (EUA) quando desenvolveu o estudo. Segundo os cientistas, as bactérias do lago salgado se mostraram similares àquelas presentes nos oceanos modernos. A origem mais provável da água salgada sob a geleira de Taylor seriam os mares do Plioceno, período compreendido entre 5 milhões e 1 milhão de anos atrás. “O longo período de isolamento desses micróbios fez com que algumas espécies conseguissem se adaptar à falta de luz e de oxigênio, passando a respirar de forma anaeróbica”, explica a bióloga. Os resultados do grupo podem ajudar no estudo de seres vivos que eventualmente sejam encontrados em Marte, já que a superfície dos Vales Secos da Antártica é comparável à do planeta vermelho. “A descoberta de bactérias em ambientes de frio extremo, escuridão e ausência oxigênio pode nos ajudar a pesquisar a possibilidade de vida sob condições tão hostis, como nas eras glaciais e em Marte”, confirma Mikucki. “Ela também nos faz pensar que talvez essas condições não sejam, na verdade, tão hostis assim.”
Isabela Fraga Ciência Hoje On-line 16/04/2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Vamos constituir uma ONG Ambientalista?

Tenho esse desejo faz alguns anos, participei da associação "Ajudando a Mãe Natureza", a 1ª e única ong ambiental da cidade de Parobé, algumas ações foram realizadas, muitas árvores foram doadas e plantadas, e terminou por aí. Vejo a necessidade de um movimento da comunidade para tornar nosso município mais agradável, mais arborizado, com mais vida silvestre, menos degradado, temos que valorizar a vida!

O que proponho é que me ajudem nessa empreitada de ter um ponto de partida para idéias e ações que possibilitem a sustentabilidade socio-econômica-ambiental em Parobé.

Sejamos partidários dessa causa, associem-se em prol de um futuro digno, com respeito aos verdadeiros valores que são naturais, se enxergamos as belezas da natureza, é somente porque somos parte integrante dela, não podemos deixar para o amanhã cuidar de nossa vida agora!

Me liguem, me procurem, me questionem, ajudem fazendo parte de algo novo, que poderá transformar suas vidas!

Façamos a diferença no mundo!

Fone: 81317775

Professor Cássio Eduardo Grovermann

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Exercícios sobre Classificação dos Seres Vivos Para o 2º ano

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA

01 - (Unifesp-SP) -―Em uma área de transição entre a mata atlântica e o cerrado, são encontrados o pau-d’arco (Tabebuia serratifolia), a caixeta (Tabebuia cassinoides) e alguns ipês (Tabebuia aurea, Tabebuia alba, Cybistax antisyphillitica). O cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta) é também freqüente naquela região.
Considerando os critérios da classificação biológica, no texto são citados
a) 3 gêneros e 3 espécies
b) 3 gêneros e 4 espécies
c) 3 gêneros e 6 espécies
d) 4 gêneros e 4 espécies
e) 4 gêneros e 6 espécies

02 - (UEPG-PR) Analise as espécies:
I. Homo erectus
II. Homo sapiens
III. Homo sapiens neanderthalensis
Podemos dizer que os indivíduos acima pertencem:
01. Ao mesmo gênero e família, e todos estão escritos corretamente de acordo com as regras de nomenclatura científica.
02. À mesma classe e ordem, e todos estão escritos corretamente.
04. Ao mesmo reino, e todos estão escritos corretamente.
08. Ao mesmo filo, e o último deles contém gênero, espécie e subespécie de acordo com a nomenclatura trinominal.
16. À mesma espécie e filo, e nem todos estão escritos de forma correta.

03 - (UFLA-MG) Em relação à sistemática e nomenclatura zoológica, pode-se afirmar que
I. Os nomes genéricos devem ser escritos com a primeira letra maiúscula e destacada do restante do texto.
II. A ordem hierárquica das categorias taxonômicas é: reino, filo, ordem, classe, família, gênero e espécie.
III. A escrita correta para a espécie humana, seguindo as regras de nomenclatura, é Homo sapiens.
IV. Os nomes da categoria da família em animais são sempre terminados em –idae, como, por exemplo, Felidae e Viperidae.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente as afirmativas II e III são corretas.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

04 - (UFPI-PI) Segundo a classificação dos animais, numere a segunda coluna, de acordo com a primeira. Logo após, indique a alternativa em que se acha a seqüência correta,
1ª coluna 2ª coluna
1. Arthropoda ( ) Espécie
2. Reptilia ( ) Família
3. Ascaris lumbricoides ( ) Filo
4. Canidae ( ) Classe
5. Bothrops ( ) Gênero
A seqüência correta de cima para baixo é: a) 3-1-2-4-5
b) 5-4-1-3-2
c) 3-4-1-2-5
d) 2-5-4-3-1
e) 5-1-3-4-2

05 - (UPE-PE) - Dentre as categorias taxonômicas apresentadas abaixo, assinale aquela na qual os indivíduos apresentam maior grau de características semelhantes.
a) Ordem
b) Classe
c) Família
d) Reino
e) Gênero
( ) Chordata (saíram os invertebrados, ficaram os cordados);
( ) Animalia ou Metazoa (se enquadram todos os animais existentes na Terra);
( ) Carnívora (saíram herbívoros e roedores. Ficaram somente os carnívoros);
( ) Vertebrados (saiu o anfioxo, protocordado, ficaram somente os vertebrados);
( ) Canidae (saíram os felídeos e ursídeos. Ficaram apenas os canídeos);
( ) Mammalia (saíram peixes, anfíbios, répteis e aves. Ficaram somente os mamíferos);
( ) Canis familiaris (Saiu o lobo. Ficou o cão);
( ) Canis (Saiu a raposa. Ficaram o cão e o lobo, que pertencem ao gênero Canis).
a) 2, 1, 7, 3, 6, 4, 8, 5
b) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
c) 3, 1, 5, 2, 6, 4, 8, 7
d) 2, 1, 5, 3, 6, 4, 8, 7
e) 2, 1, 5, 3, 4, 6, 8, 7

06 - (Unesp-SP) - Considerando o sistema de classificação taxonômica, se duas espécies pertencem a duas famílias diferentes, então:
a) podem pertencer ao mesmo gênero.
b) podem pertencer à mesma ordem.
c) obrigatoriamente são da mesma classe.
d) pertencem a gêneros diferentes, mas não a ordens diferentes.
e) podem pertencer à mesma ordem, mas não à mesma classe.
07 - (PUC-RS) - INSTRUÇÃO: Responda à questão considerando a árvore evolutiva mais aceita pela comunidade científica. Ela inicia em um ancestral comum a todos os seres vivos e resulta nos seres vivos atuais.
Os números romanos I, II, III, IV e V correspondem, respectivamente, a:
a) animais, plantas, fungos, protistas e bactérias.
b) bactérias, protistas, fungos, plantas e animais.
c) bactérias, protistas, plantas, fungos e animais.
d) protistas, bactérias, fungos, animais e plantas.
e) protistas, fungos, bactérias, animais e plantas.

08 - (Ufpel-RS) - Carl von Linné (1707-1778), denominado Lineu, em Português, através de sua obra Systema Naturae, propôs uma forma de denominar os seres vivos por intermédio do que chamou de ―unidade básica de classificação‖ ou espécie.
Como exemplo, a ave conhecida popularmente como quero-quero é classificada, segundo o modelo de Lineu, como Vanellus chilensis.
De acordo com esses conceitos, analise as afirmativas abaixo.
I. O nome específico de um organismo é sempre composto de duas palavras: a primeira designa o gênero.
II. O nome específico do quero-quero é chilensis e o nome genérico é Vanellus.
III. O nome específico do quero-quero é binominal, e Vanellus é seu epíteto específico.
IV. O nome específico do quero-quero é binominal, e Chilensis, assim escrito, é seu epíteto específico.
V. A espécie Vanellus chilensis inclui o gênero, seguido de seu epíteto específico: chilensis.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) II e III b) IV e V c) II e IV d) I e III
e) I e V

10) (UNIMEP modificado) Alguns vírus atacam e destróem bactérias e por isso receberam o nome de bacteriófagos ou simplesmente fagos. Com relação a esses vírus, afirma-se que:
a) São constituídos quimicamente de moléculas de hidrocarbonetos
b) Possuem grandes quantidades de mitocôndrias e ergastoplasma essenciais para que se possam reproduzir
c) São constituídos de uma cápsula protéica e ácido nucléico o DNA, sendo apenas o DNA injetado na bactéria
d) São constituídos de nucleoproteína, e penetram inteiros dentro da bactéria, multiplicando-se, então, por cissiparidade

11) (UFBA modificado) A caracterização do vírus como ser vivo está relacionada com a capacidade de:
a) Sobreviver em meios de cultura artificiais mantidos em laboratório
b) Realizar a síntese de proteínas, utilizando seus próprios ribossomos
c) Reproduzir-se e sofrer modificações nas suas características hereditárias
d) Fabricar o seu próprio alimento, quando em vida livre, e armazena-lo, para uso, quando cristalizado

12) (UFBA modificado) No mundo dos excessivamente pequenos, encontram-se os vírus, que se caracterizam por serem:
a) De crescimento e multiplicação restritos ao interior das células que parasitam
b) Organismos vivos que se apresentam sob uma mesma forma
c) Estruturalmente semelhantes às células vegetais
d) Agentes infecciosos específicos de células animais

13. (UNAERP-SP) A classificação dos vírus como seres vivos é muito discutida. A característica encontrada em alguns dos seres vivos que os vírus não possuem é:
a) ser constituídos de ácidos nucléicos e proteínas.
b) ser capazes de auto-reprodução limitada.
c) apresentar estrutura celular com carioteca e citoplasma.
d) agir como parasitas intracelulares obrigatórios.
e) parasita células tanto animais e vegetais quanto bactérias.

14. (FMU-FIAM-FAAM-SP) Agentes infecciosos de natureza semelhante àquele que atualmente vem causando surtos de febre amarela são, também, causadores de:
a) malária e elefantíase
b) tripanossomíase e malária
c) tuberculose e sarampo
d) leishmaniose e catapora
e) catapora e sarampo

15. (MACK-SP) O material hereditário dos retrovírus é o (1). Esses vírus apresentam uma enzima, a transcriptase reversa, capaz de produzir moléculas de (2) a partir de (3).
Indique a alternativa que preenche de forma adequada as lacunas 1, 2 e 3.
a) RNA — RNA — DNA
b) DNA — RNA — DNA
c) RNA — DNA — RNA
d) DNA — DNA — RNA
e) DNA — RNA — RNA

16. (UNESP-SP) Os vírus são organismos obrigatoriamente parasitas, uma vez que só se reproduzem quando no interior de seus hospedeiros. Sobre os vírus, é correto afirmar que:
a) apresentam características fundamentais dos seres vivos: estrutura celular, reprodução e mutação.
b) são seres maiores que as bactérias, pois não atravessam filtros que permitem a passagem de bactérias.
c) são formados por uma carapaça protéica envolvendo o retículo rugoso com ribossomos utilizados na síntese de sua carapaça.
d) são todos parasitas animais, pois não atacam células vegetais.
e) podem desempenhar funções semelhantes aos antibióticos, ocasionando ―o lise bacteriano, e impedir a reprodução das bactérias.

17. (Unisinos-RS) Um aluno, ao observar os seres vivos microscópicos de um charco, verifica a grande quantidade de seres eucariontes unicelulares, coloniais ou não, e, com a ajuda da bibliografia, consegue identificar um microrganismo do gênero Euglena, que apresenta características tanto animais como vegetais, sendo autotróficos ou heterotróficos dependendo da presença ou ausência de luz e deslocando-se através do movimento de um flagelo.
Considerando o sistema de Classificação de Whittaker (1969), o aluno concluirá, pelas características observadas, que tal organismo pertence ao Reino:
a) Animalia b) Metaphyta c) Protista d) Monera
e) dos vírus

18. (Unesp-SP) Segundo a teoria de Oparin, a vida na Terra poderia ter sido originada a partir de substâncias orgânicas formadas pela combinação de moléculas, como metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água, que compunham a atmosfera primitiva da Terra. A esse processo seguiram-se a síntese protéica nos mares primitivos, a formação dos coacervados e o surgimento das primeiras células. Considerando os processos de formação e as formas de utilização dos gases oxigênio e dióxido de carbono, a seqüência mais provável dos primeiros seres vivos na Terra foi:
a) autotróficos, heterotróficos anaeróbicos e heterotróficos aeróbicos.
b) heterotróficos anaeróbicos, heterotróficos aeróbicos e autrotróficos.
c) autotróficos, heterotróficos aeróbicos e heterotróficos anaeróbicos.
d) heterotróficos anaeróbicos, autotróficos e heterotróficos aeróbicos.
e) heterotróficos aeróbicos, autotróficos e heterotróficos anaeróbicos.

19. (FEI-SP) Admitindo-se que na atmosfera primitiva predominavam os gases H2, NH3 e CH4, supõe-se que os heterótrofos primitivos obtivessem energia para os processos vitais por:
a) fotossíntese
b) respiração aeróbica
c) biogênese
d) absorção de energia luminosa
e) fermentação

20. (PUC-SP) A presença da carioteca define os seres:
a) procariontes b) autótrofos c) eucariontes
d) heterótrofos e) unicelulares

21. (UFSE) Células procarióticas são encontradas em:
a) bactérias b) fungos c) musgos d) pteridófitas
e) angiospermas

22 .(UFMG) Em que alternativa as duas características são comuns a todos os indivíduos do reino Monera?
a) Ausência de núcleo e presença de clorofila.
b) Ausência de carioteca e presença de síntese protéica.
c) Incapacidade de síntese protéica e parasitas exclusivos.
d) Presença de um só tipo de ácido nucléico e ausência de clorofila.
e) Ausência de membrana plasmática e presença de DNA e RNA.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O texto abaixo expressa uma opinião interessante sobre a importância de Darwin para a ciência contemporânea, vale a pena o ler integralmente.

Darwin: o super-herói

Bem-vindos a 2007! Neste ano, no dia 19 de abril para sermos exatos, terão ocorrido 125 anos desde a morte de Charles Darwin (1809-1882). A efeméride de 125 anos não é grande coisa – nem meritória de grandes simpósios, nem de elaboradas comemorações –, mas é um número redondo que representa 1/8 de milênio. Sua maior vantagem é que me dá uma desculpa para falar de Darwin nesta primeira coluna do ano. Na opinião do grande biólogo molecular americano James Watson, Charles Darwin foi a pessoa mais importante que já viveu na Terra! E vejam o que disse o filósofo americano Daniel Dennett (autor de A perigosa idéia de Darwin ): “Se eu tivesse de dar um prêmio para a melhor idéia que alguém já teve, eu o daria a Charles Darwin pela idéia da seleção natural. Eu o colocaria na frente de Newton e na frente de Einstein...”. Certamente essas hiperbólicas afirmativas deixam claro que o personagem Charles Darwin efetivamente passou do plano humano para o mítico, tornando-se assim um verdadeiro super-herói da modernidade. Em seu brilhante trabalho de mitologia comparativa, Joseph Campbell (1904-1987) verificou que os heróis de todas as culturas e religiões humanas compartilham um arco de vida similar, que ele chamou de “monomito”. No livro O herói de mil faces , ele descreve que, no processo de se transformar de humano em herói, o personagem universalmente passa por três estágios previsíveis: separação – iniciação – retorno. Isto é especialmente bem exemplificado na trajetória do herói Luke Skywalker em Guerra nas estrelas , pela simples razão de que a sua estória foi escrita por George Lucas estritamente seguindo as teorias de Campbell .
O herói Luke Skywalker, de Guerra nas estrelas , lançado em 1977. Sua trajetória mítica foi cuidadosamente planejada por George Lucas com base nas teorias de Joseph Campbell. Separação: Luke abandona os tios, com quem morava em uma fazenda, e parte em aventura com Han Solo, Léia e Obi-Wan Kenobi. Iniciação: principiada com Obi-Wan Kenobi, é completada com o Mestre Yoda na solidão do planeta Dagobah. Retorno: Luke usa o “lado bom da Força” para destruir a “Estrela da morte” e torna-se o herói maior da aliança rebelde.
O arco de vida de Darwin acidentalmente seguiu de maneira fiel o script monomítico de Campbell. Separação: o jovem destinado a se tornar pároco na Inglaterra vitoriana e ter uma vida monótona abandona seu país para uma aventura de volta ao mundo no navio Beagle . Iniciação: na viagem de cinco anos (dos quais ele passou 2/3 do tempo em terra), Darwin vence várias agruras como constante enjôo no mar, perde a fé religiosa, descobre sua vocação de naturalista e coleta uma fantástica coleção de espécimes biológicos. Retorno: Darwin completa sua aventura no isolamento de sua mansão campestre e emerge como autor da Origem das espécies , um livro contendo idéias que deram novo sentido à biologia e modificaram radicalmente a visão que a humanidade tem de si própria e de seu lugar no universo. Certamente uma trajetória mitológica perfeita – não é de se surpreender que Darwin tenha se tornado um super-herói. Darwin e a seleção natural Como já mencionei em uma coluna anterior , não foi Darwin quem originou o conceito de evolução, mas certamente foi ele quem elucidou o principal mecanismo através do qual a evolução das espécies ocorre, a seleção natural. Vamos ver como ele apresenta o conceito no capítulo 4 da Origem das espécies (minha tradução): “Visto que variações úteis ao homem certamente ocorreram, como pode então parecer improvável que outras variações de alguma forma úteis para cada organismo na grande e complexa batalha da vida deveriam surgir ao longo de muitas gerações? Se assim acontece, podemos duvidar (lembrando que muitos mais indivíduos nascem do que podem sobreviver) que indivíduos que tenham qualquer vantagem, por menor que ela seja, teriam uma maior chance de sobreviver e procriar? Por outro lado, podemos ter certeza que qualquer variação injuriosa de qualquer grau seria rigidamente eliminada. A essa preservação de diferenças e variações, e eliminação daquelas que são injuriosas, chamei Seleção Natural...” Não posso resistir à tentação de também citar o parágrafo seguinte, que aborda pela primeira vez o conceito de deriva genética, que dá título a esta coluna: “Variações que não são úteis ou injuriosas não seriam afetadas pela seleção natural e permaneceriam como um elemento flutuante, como vemos em algumas espécies polimórficas, ou se tornariam ultimamente fixadas, devido à natureza do organismo e à natureza das condições.” Certamente Darwin pensou em tudo! Pedindo emprestadas as palavras do filósofo grego Demócrito, podemos dizer que a teoria da evolução por seleção natural envolve o acaso e a necessidade. O acaso aparece na aleatoriedade do processo mutacional de geração de diversidade (em inglês, Generation Of Diversity, ou seja, GOD – legal, não é?). A necessidade, no processo de reprodução diferencial dos indivíduos mais bem adaptados ao ambiente. A idéia revolucionária de Darwin foi que essas duas forças combinadas eram suficientes para explicar, de forma natural, a emergência e evolução das diversas formas de vida na Terra. Não havia necessidade de invocar a intervenção de nenhum ser divino ou sobrenatural – a natureza se bastava! Como colocou Dennett, o darwinismo foi um “ácido universal”, que corroeu todas as crenças tradicionais. Muita gente pensa erroneamente que evolução por seleção natural é algo hipotético, na qual uma pessoa pode acreditar ou não. Pelo contrário, a evolução darwiniana hoje é uma verdade científica. Poucas teorias científicas conseguiram amealhar tanta evidência a seu favor. Em alguns casos, nós podemos observar a evolução darwiniana ocorrendo bem em frente dos nossos olhos! Vejamos um exemplo. Evolução em tempo real
Representação estilizada do HIV (vírus da imunodeficiência humana), responsável pela Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). O vírus sofre rápida evolução darwiniana no paciente com Aids (arte: DOE).
Um dos maiores flagelos atuais da humanidade, a pandemia de Aids, paradoxalmente nos dá uma oportunidade única: ver a evolução por seleção natural ocorrendo em tempo real. Isso acontece porque o vírus HIV replica-se com enorme rapidez e também porque a enzima responsável, a transcriptase reversa, é predisposta a erros. Em conseqüência, o HIV está constantemente sofrendo mutações, gerando no paciente um enxame de variantes virais sujeitas às forças da seleção natural. Quando um medicamento anti-HIV entra na corrente sangüínea, a seleção natural favorece as variantes resistentes do vírus, que então sobrevivem, se multiplicam e passam a predominar em pouco tempo. Este processo darwiniano é basicamente o mesmo que ocorreu nas centenas de milhões de anos da evolução da vida na Terra, só que agora é medido em dias e horas. Não há desenho nem direcionalidade, apenas as forças combinadas do acaso e da necessidade gerando cepas cada vez mais resistentes. Uma estratégia para tentar driblar esse processo de seleção é o uso concomitante de vários fármacos anti-retrovirais com alvos diferentes, a chamada terapia tríplice. Assim, para sobreviver, o vírus precisaria ter múltiplas resistências simultaneamente, o que é muito improvável. Infelizmente a variabilidade genética é tamanha que tal multirresistência ocorre em alguns casos. Dessa maneira, para doentes com Aids, a evolução por seleção natural é uma inimiga! Entretanto, recentemente foi descoberto que ela pode ser manipulada a favor do paciente. Isso, como sói acontecer, foi descoberto acidentalmente. Em 1997 a médica alemã Veronica Miller, da Universidade Goethe, em Frankfurt, estava tratando um paciente simultaneamente com vários medicamentos anti-HIV quando observou que não só havia resistência do vírus a todos eles, como também o paciente já estava apresentando sinais de toxicidade medicamentosa. Na falta de alternativas, ela decidiu suspender todos os medicamentos até que os sintomas tóxicos desaparecessem. Após três meses sem tratamento o paciente foi reexaminado e, para surpresa de todos, a resistência viral havia desaparecido! Em outras palavras, em 90 dias a população do HIV havia evoluído de um estado de resistência a todos os fármacos a um estado de suscetibilidade a todos eles. O que havia ocorrido? Logo se constatou a razão. Na presença dos medicamentos, as cepas resistentes predominavam, mas algumas cópias do vírus infectante original não resistente (o chamado tipo selvagem) sobreviviam nos linfócitos. Quando os medicamentos foram suspensos, a vantagem seletiva das cepas resistentes desapareceu e o tipo selvagem, melhor adaptado a esse ambiente sem fármacos, começou a se replicar com enorme velocidade e logo substituiu as mutantes resistentes. A partir dessa constatação, nasceu o chamado “tratamento de interrupções estruturadas” da Aids, uma nova arma na guerra contra a doença, alicerçado ortodoxamente em princípios darwinianos! Darwin e o conceito de vida No primeiro capítulo de muitos textos de biologia, freqüentemente há tentativas de definir “o que é a vida”. Na maior parte das vezes esse é um exercício meramente pro forma , bizantino e intelectualmente estéril. Entretanto, no caso especial da astrobiologia, o desafio é real e coberto de relevância. Afinal, precisamos ter parâmetros muito bem definidos do que é um ser vivo ou não, se queremos ser capazes de reconhecer sinais de vida em outras partes do universo. Por isso um painel da Nasa estabeleceu uma definição simples e ampla, segundo a qual: “a vida é um sistema químico auto-sustentável, capaz de evoluir de maneira darwiniana.” Assim, encontramos a evolução darwiniana na própria essência do que é a vida. Um dos meus gurus, Stephen Jay Gould concorda com essa posição ao dizer: “a revolução darwiniana relaciona-se diretamente com o conceito de quem somos e de que somos feitos e o que significa ’estar vivo‘. [...] Assim, de muitas maneiras, ela representa a mais singularmente profunda e a mais embasbacante de todas as descobertas jamais feitas pela ciência.” Em 2009 será comemorado o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e sem dúvida teremos 365 dias de intensas celebrações. Esta será uma oportunidade de fazer uma reavaliação do homem, do mito e de seu impacto na ciência e na sociedade. Até lá, só nos resta comemorar a efeméride menor de 2007, prestando uma justa homenagem ao nosso super-herói científico.

Sergio Danilo Pena Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia Universidade Federal de Minas Gerais

O excesso da religião

Pasmem! Isso realmente aconteceu!

Bebê morre sem receber alimento porque não dizia "amém"

Uma americana que interrompeu a alimentação do filho de 1 ano e 4 meses porque ele deixou de falar "amém" antes das refeições, admitiu a culpa na morte da criança, em Baltimore, no Estado de Maryland.
Ria Ramkissoon, 22 anos, faz parte de um culto chamado 1 Mind Ministries (Ministérios de uma mente, em tradução livre), cuja líder, Queen Antoinnette, havia ordenado em janeiro de 2007, que o bebê não fosse alimentado enquanto não dissesse "amém" antes das refeições. A criança morreu de inanição.
Segundo os promotores do caso, os membros da seita diziam que o bebê estava possuído pelo demônio.
Ria foi condenada a 20 anos de prisão e a cinco de condicional, mas o juiz disse que ela terá a pena reduzida se aceitar testemunhar contra os membros da seita.
O acordo para a redução da pena inclui que ela passará por um programa para se desligar do culto. Segundo os promotores, Ria ainda teria insistido que a Justiça concorde em reduzir sua pena se ela conseguir "ressuscitar o bebê".
"Isto foi algo que ela insistiu e é um claro indicativo de que ainda é vitima deste culto. E até que se desligue de sua influência, não pensará diferente", disse o advogado de Ramkissoon, Steven Silverman, em entrevista à uma rede de TV local.
Segundo o jornal local Baltimore Sun, a promotora Julie Drake relatou que depois da morte do bebê, a líder da seita ordenou que ele fosse colocado em um sofá enquanto membros do culto rezavam ajoelhados e a mãe dançava em volta do corpo.
Uma semana após a morte, o corpo da criança foi embalado em um cobertor e transportado com o grupo dentro de uma mala para a Filadélfia.
Segundo os relatos, a mãe teria rezado por mais de um ano ao lado do corpo da criança para que ela ressuscitasse. O corpo foi encontrado em abril de 2008.
O julgamento de Antoinette, 40 anos, e de outros três membros do culto estava marcado para a segunda-feira, mas foi adiado porque eles não têm representantes legais.
"Deus é meu defensor", teria dito a líder da seita.